top of page

A violência do Estado é a última etapa que liga o abandono estatal e o racismo estrutural

  • Foto do escritor: Turma Jornalismo Impresso
    Turma Jornalismo Impresso
  • 5 de jun. de 2019
  • 13 min de leitura

Atualizado: 1 de jul. de 2019

Para a favela, abandono do Estado é um “apartheid silencioso”

ree
Imagem da favela do Bucado Quente próximo a um condomínio na


O ativista e estudante Salvino Correa analisa que a violência do Estado é uma “última” etapa que liga o abandono do Estado e o que chamou de “racismo estrutural” do governo. Ele reclama que a polícia está fazendo operações em horário escolar e cita irresponsabilidade por parte das autoridades. Outros moradores também reclamam que operações acontecem próximos aos colégios.


ree
Salvino Correa é militante e morador da comunidade Cidade de Deus. Foto/ Reprodução

Moradores de comunidades no Rio de Janeiro dizem sofrer com a falta de saneamento básico, saúde, moradia, educação e violência.  Além desses problemas, as pessoas de favela denunciam carência de medidas públicas e racismo por forças do Estado. Nessa reportagem ouvimos moradores de diversas favelas da cidade do Rio de Janeiro. E um desses inúmeros relatos ouvidos foi de Salvino, morador da favela Cidade de Deus. 

Salvino disse que a questão do abandono da educação um dos maiores problemas na favela da Cidade de Deus e de outras favelas em todos o município carioca:

Para mim, o problema mais grave é o abandono da educação. Na Cidade de Deus, por exemplo, não temos muitas escolas de ensino médio regular”, disse. O jovem alegou que o único colégio de ensino médio que a comunidade disponibiliza é o dom Eugênio Salles- critica Savino.

E Salvino não é o único: a professora e estudante Fabbi Silva, que analisa a questão da educação na comunidade do Parque das Missões, favela na Baixada Fluminense, diz que há uma enorme falta de investimento sobretudo na educação. Ela avalia existir um “muro” invisível que bloqueia direitos fundamentais dos habitantes naquela região: 

O principal Muro é a falta de acesso aos serviços básicos como educação de qualidade, saúde, saneamento e direito a vida. Digo que negar o direito da favela em ser parte da cidade e ter direitos assegurados é o que acarreta os maiores problemas da favela,nega nosso direito de existir e permite que nossas vidas sejam tiradas- conta Fabbíola Silva.

Fabbíola Silva ou Fabbi, como é conhecida na favela de Caxias atua no debate sobre os muros invisíveis há anos. Ela estudou pedagogia na Uerj, milita luta para que crianças tenham acesso à educação e a leitura para poderem ter acesso à cidade. A jovem conta que a falta de acesso aos serviços básicos como educação de qualidade, saúde, saneamento e direito a vida são um grande entrave na vida dos habitantes da favela que ela mora e do município.


De acordo com dados do Instituto Pereira Passos, referência nacional e internacional de dados, até 2017 não existia nenhuma unidade do Centro Municipal de Referência de Educação para Jovens e Adultos (CREJA) na comunidade da Cidade de Deus. Nela só há uma creche, uma unidade do chamado Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) e nenhuma escola especial municipal. O Índice de Desenvolvimento Social nessa área é de apenas 0,559. Não há equipamento municipal de desenvolvimento social e nenhum equipamento social para portadores de deficiência.


Tanto ativistas, professores quanto moradores criticam a enxurrada de violência e a violência do Estado na favela. Ele critica nesse caso em específico a violência estatal:

Isso começa ao nascer mesmo, a gente vive um apartheid social. O jovem, preto e de favela nasce sem acesso à saúde de qualidade. Não são raros casos de violência obstétrica, falta de médicos e medicamentos e isso se estende ao longo da vida. Depois vem o problema das creches;não há vagas o suficiente ou são de péssima qualidade, como o ensino também. E há um dificultador que é uma política silenciosa de apartheid- disse Salvino. 

O que fica evidente é que diversas favelas do Rio de Janeiro situadas nos mais distintos lugares da cidade denunciam o mesmo problema. Um exemplo disso é a experiência de vida do rapper e músico Rogi Covil, do Vidigal. Roger é nascido em uma favela muito distante da favela de Caxias, da Fabbíola e da Cidade de Deus, de Salvino e convive com o mesmo descaso por parte das autoridades. Convive com muita violência em seu cotidiano: 

Dificuldade na favela é constante, algo já impregnado na rotina. A ausência do estado é preocupante, falta de saneamento básico, descaso no sistema de educação e saúde, violência e muitas coisas, porém tudo que eu falar aqui soaria raso pra quem não vive dentro dela. Violência é o que mais assombra os moradores da favela, você não conseguir sair de casa por conta de alguma operação policial, trocas intensas de tiro bem na sua janela, você ir na padaria e correr o risco de não voltar. Isso é real! - disse Rogi Covil. 

Do seu martírio na favela vem a inspiração para suas composições. Ele pensa a favela como local de muita vida. Por isso ele é atuante em relação às críticas que faz em relação ao Estado que cria muros invisíveis entre as comunidades do Rio de Janeiro e o asfalto. A respeito das dificuldades na favela, Covil ao mesmo tempo se vê acostumado, mas não conformado:

Nosso campo de visão não se limita apenas aos mais próximos, as mazelas da guerra são facilmente vistas em uma manhã pós confronto por exemplo. Sangue, corpos no chão, parece até que estou contando cenas de um filme, mas volto a repetir que isso é real e fica difícil selecionar tantas visões apocalípticas vista na favela-explica Rogi Covil.

O rapper Rogi Covil diz que a violência está presente em todas as favelas, sendo o único diferencial a direção que essa violência vem. Ele lamenta que desde pequeno os favelados são induzidos a acreditar que os associados ao tráfico são aqueles que vão garantir a paz na favela. Ele diz que os associados ao tráfico tentam promover uma sensação de paz mas diz que é uma falsa paz. 


O músico mora na favela desde que nasceu. Por isso ele conhece muitas pessoas, inclusive pessoas que já se envolveram com o tráfico. Embora Covil não conheça muitas pessoas do tráfico, o músico afirma que todos que conheceu que quiseram seguir pela vida do crime estão mortos. O rapper avisa que são essas escolhas que dão espaço aos confrontos violentos na favela:


ree
Músico Rogi Covil durante evento. Foto/Reprodução

Covil tem uma visão pouco otimista em relação às autoridades do Rio de Janeiro. Ele diz que o grande responsável pelas mazelas na favela é o governo, que não valorizam a vida dos cariocas mais pobres.


Todos os entrevistados aqui presente, sendo eles  Salvino e Fabbíola Silva e agora Rogi Covil são equânimes em diagnosticar a violência como o grande mal que assola todas as favelas do Rio. Fabbíola, por exemplo, contou que seu irmão foi assassinado durante uma ação policial:

Meu irmão[foi] assassinado por um agente de segurança do Estado. Ele com medo dos tiros correu. Preto corre na favela é bandido na visão dos agentes- lamenta Fabbíola.

Salvino também diz conhecer inúmeras pessoas vítimas da violência em geral. O ativista é mais profundo em analisar o debate comparando os muros sociais entre a favela e o asfalto com o aphartheid, regime segregacionista que existiu na África do Sul. E assim como denunciado por Salvino, Fabbíola acusa racismo promovido pelo Estado por intermédio da força policial como responsável pela morte da juventude da favela. Juventude negra em sua maioria: 

São múltiplas violências experienciadas pelos moradores, desde a policial até a violência a partir do abandono do estado que afeta a saúde da mulher, criança e homens e por aí vai. Uma juventude com tanto potencial sendo morta por um Estado racista- diz Fabbíola.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), de janeiro a março desse ano foram contabilizadas 178 mortes de pessoas por intervenção de agentes do Estado. No mesmo período do ano passado houve 140 mortes. Isso representa um aumento de 27,1 por cento. Segundo Daniel Wilkinson, diretor adjunto da Divisão das Américas da Human Rights Watch, ONG internacional de direitos humanos, as “operações militares que deixam um rastro de morte nas comunidades carentes não melhoram a segurança pública”.

O crime organizado não é lado certo da história, mas eles já fizeram pelos moradores o que nenhum governante fez. Falando dos últimos governos do RJ, eles fazem parte de uma classe que claramente não veem soluções dentro da favela, não enxergam o que há de bom ali dentro e também não fazer o mínimo que seja pelos moradores. O maior descaso dos governantes com os moradores da favela com certeza é achar que dentro daquele ambiente as pessoas são descartáveis e não merecem um tratamento justo e similar ao tratamento que os moradores do “asfalto” recebem. A maior barreira que enfrentamos para ter melhorias  com certeza é esse pensamento dos nossos governantes. Melhorias só poderão ser idealizadas quando alguém que realmente entenda a situação esteja no controle. - lamenta Covil, chamando a atenção para o problema do descaso.

O aplicativo “Onde Tem Tiroteio", que registra e monitora os tiroteios no Rio, apontou dois tiroteios na cidade de Deus nas primeiras semanas de maio de 2019. Salvino diz que essa situação contribui para a retirada das liberdades individuais. Ele diz que o direito à cidade não existe em comunidades onde a repressão policial é intensa. 

Salvino aborda um outro ponto que motiva dificuldades para o morador de favela: a dificuldade na locomoção. Não há metrôs, trens ou outros sistemas de transportes modais, como BRT’, VLT ou bonde na região. Na Cidade de Deus o único transporte disponível são os ônibus. E o ativista vê enorme problema nessa falta de mobilidade urbana para os moradores. Isso acentua os processos de segregação, segundo ele. Os habitantes da favela enfrentam dificuldade em se deslocar para buscar lazer, serviços e se conectar com outras partes no Rio de Janeiro: 


O ônibus é muito caro, de péssima qualidade, muito demorado e muito (sic) dessas pessoas acabam buscando outras formas de se reinventar, no caso. As piscinas que são tão criminalizadas na e nas favelas são uma forma de fugir dessa falta de acesso à cidade- relata Salvino.

A prefeitura não dispõe aos moradores equipamentos municipais de esporte e lazer, segundo o site da prefeitura. Por isso é frequente na comunidade a migração para outras áreas do Rio de Janeiro. Salvino descreve estreita relação entre os problemas sociais das favelas, a falta de assistência do Estado e a violência policial: 

Se você não tem direito a ir à praia você ao menos tenta mitigar isso de alguma forma. Aí vem as piscinas, o futebol, os próprios meninos que costumam pular roleta, aqueles bondes que vão para a praia, que são parados pela polícia, são várias formas de uma coerção social. Eu acho que isso é geral, não é específico de uma favela ou outra favela. E uma política segregacionista, estruturada no racismo que dificulta muito. Enquanto não tivermos um debate aberto, dos problemas da cidade, enquanto fingirmos que esses problemas não acontecem e não vierem ao debate público não existirá mudanças na favela - enfatizou Salvino Correa.

Outra região do Estado do Rio de Janeiro com um índice alarmante de violência e descaso do Estado é a região de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a mestranda em educação Fabbíola Silva, essa área está “a mercê do crime organizado, da violência e da negligência do Estado”. 


Os dados do Instituto de Segurança Pública mostram um aumento de 11,4 por cento no número de mortes causadas por policiais em serviço em relação ao período de janeiro a março, se comparado com os mesmos índices checados em 2018. O número de mortes aumentou de 123 mortes para 137.Segundo o IBGE, a população estimada do município de Duque de Caxias em 2018 era de 914.383 pessoas, mas somente 3,4 por cento da população tinham concluído o ensino fundamental. Em relação ao ensino médio, no último levantamento feito em 2017 apenas 34.835 pessoas tinham concluído o ensino médio.


A acadêmica cita como principal descaso em relação ao povo da comunidade o reconhecimento de que favela é parte da cidade. Nas palavras dela, “negar o direito da favela em ser parte da cidade e ter direitos assegurados é o que acarreta os maiores problemas da favela. Ao negar nosso direito de existir permite que nossas vidas sejam tiradas”, acrescentou. 


ree
A professora e mestranda Fabbíola Silva. Foto/Reprodução

Na visão de Fabbi, como é conhecida, os governos não são comprometidos com as demandas da favela, o que acarreta maior dificuldade e entrave para mudanças e melhorias. Mesmo assim a jovem diz lutar para buscar dias melhores e oportunidades para as novas gerações. Fabbíola diz trabalhar para a comunidade ser olhada de outra forma. “Por isso existo e resisto fazendo o trabalho que faço com as crianças e jovens do Parque das Missões. Minha favela”, acrescenta a moça esperançosa no futuro. 

Como músico e um profissional ligado também ao entretenimento, Covil tenta ser otimista em relação às favelas. A música para ele é um meio de abstrair dos problemas do cotidiano e se transportar para outros lugares. Durante sua adolescência, ao se mudar da Zona Norte para a Zona Sul decidiu se aprofundar em estilos como o rap e o funk, que mostravam a realidade das favelas e o ajudaram a formar uma opinião política a respeito da favela, do morador e até do criminoso.  

Rogi Covil admite não esperar grandes mudanças a um curto prazo, mas garante continuar lutando, através de suas rimas e canções para resistir ao descaso e à separação que as pessoas de favela enfrentam em relação à essa segregação social que divide os favelados das pessoas com o poder aquisitivo maior: 


Acho que qualquer ideia que você ponha pra fora é um tipo de resistência. Posso dizer que uso a música como ferramenta de luta social mas também não me limito somente a isso, minhas letras são diversificadas, eu escrevo e canto sobre o que passamos, sobre o que sofremos, sobre o que quero viver, sobre as sensações que quero sentir. Não gosto de me limitar, mas com certeza minha meta é tentar melhorar o mundo com minhas composições,começando por mim, pelos meus irmãos que correm comigo, minha comunidade e ai sim o mundo- diz Correa.

Assim como Rogi Covil, Horel Domingues também trabalha com música, é DJ e se inspira na favela para produzir suas composições. Aos 22 anos, o músico enxerga preconceito por parte das pessoas fora das favelas. Ele explica que na favela há coisas boas e ruins, assim como em qualquer lugar. Mesmo sem se conhecer , Rogi e Horel Domingues carregam em si o sentimento de lutar contra os muros sociais na favela através da música. 



“O que sempre ficou claro é que há um muro e o que edifica esse muro invisível é o dinheiro”, diz rapper da favela. 

Igor Marlon Martins Andrade é um jovem rapper da comunidade do Rio das Pedras. Aos 21 anos, o músico é enfático em dar sua visão de mundo quando perguntado sobre o que separa a favela do asfalto. Ele diz que a situação econômica é o fator motor da discriminação e distinção entre os grupos da mesma cidade. Igor Marlon diz que favela é um lugar de muita vida, diversidade, mas compara os muros existentes hoje ao muro que existia separando a Alemanha Oriental e Ocidental no antigo regime nazista. Há uma bipolaridade, em sua visão, que as desigualdades econômicas e sociais desenham na vida do morador de favela. A respeito das maiores dificuldades que o povo enfrenta nas comunidades, Marlon culpa a ausência do Estado na vida dos favelados. 

Fico em dúvida quanto as situações mais difíceis vista na favela, mas acho que violência é o que mais assombra os moradores da favela, afinal estamos falando de você não conseguir sair de casa por conta de alguma operação policial, trocas intensas de tiro bem na sua janela, você ir na padaria e correr o risco de não voltar. Isso é real!- lamenta Martins.

Quando perguntado sobre a violência que o povo na favela sofre, o músico dá a seguinte declaração:


Infelizmente a violência vai estar presente em todas as favelas, a única coisa que vai mudar é a direção que ela vem. Isso não é um campeonato, não temos time, mas desde cedo somos induzidos a acreditar que os associados ao tráfico são aqueles que vão garantir a paz no lugar onde moramos porque é exatamente o que acontece na maioria das vezes, mas eles não ficam isentos da culpa por causa dessa falsa paz- esclarece Marlon.

Marlon tem experiência atípicas aos moradores das áreas mais nobres. Diz ter presenciado cenários infelizes de destruição decorrente da violência que poucas pessoas viram no Rio:

Felizmente no meu convívio poucos amigos foram para o crime, mas tive amigos que escolheram isso e acabarem sofrendo as consequências. As mazelas da guerra são facilmente vistas em uma manhã pós confronto por exemplo. Sangue, corpos no chão, parece até que estou contando cenas de um filme, mas isso é real e fica difícil selecionar tantas visões apocalípticas vista na favela- revela Marlon.

A maior barreira dos entrevistados desta matéria é certamente o descaso e a violência. Mas segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) o total de índice de crimes cometidos por armas de fogo caiu de 805 para 782. Isso anima e dá otimismo ao músico, que faz projeções das melhorias que ainda podem ser feitas nas comunidades:

Eu costumo ser bem otimista mas em relação a esse assunto eu infelizmente só prevejo mudanças em um futuro nem tão próximo assim. E como disse no tópico acima, as mudanças só poderão ser idealizadas quando alguém que entenda a situação assuma a linha de frente, ai sim poderão ser realizadas reais mudanças- projeta Marlon para um possível futuro.

“ Quando tem tiroteio todo mundo tem que deitar no chão para não ser atingido", revela Aryleison, ex-morador de favela

Aos 23 anos, o Aryleison Miranda Cipriano Barbosa é cantor gospel e trabalha em um restaurante na Barra da Tijuca e estuda Biologia. Ele mora em um condomínio no Anil, perto da favela chamada “Buraco Quente”. Miranda disse que houve a necessidade de se colocar um muro, que dividisse as duas áreas a fim de resguardar a segurança dos moradores, já que havia muitas pessoas adentrando armadas dentro da localidade. 

Quando ele ouve o termo favela ele se aterroriza. Vem a mente dele o medo, tristeza, como ele conta, ao lembrar já ter morado em uma favela. Sobre as dificuldades que ele enfrenta na favela ele lembra a bandidagem, violência, crise, falta de estudo, falta de comunicação, falta de pagamento. Ele vê a guerra na comunidade como a situação mais difícil de todas.

Muitas vezes pessoas inocentes, que não fazem mal a ninguém morrem sem culpa. É muita tristeza isso”, disse Miranda.

Arileyson diz que nas comunidades, pela falta de assistência governamental impera a lei do tráfico :

Quando ela( a pessoa)  não paga o apartamento, e o cara (proprietário ) é amigo de traficante ele manda os traficantes mandam a pessoa sair, caso contrário morre. Quando você faz uma amizade com alguém e você acaba brigando com ele e esse seu amigo vai até os bandidos da comunidade para te ameaçar . E...é complicado”, lamenta Arileyson, embargando a voz . 

Quanto às violências que mais o marcaram Arileyson conta que já presenciou uma troca de tiros entre grupos rivais logo ao voltar da igreja. O fato de quase ser atingido pelos tiros o fez repensar a questão das favelas e a importância das autoridades entrarem com assistência, além da assistência armada :

Eu vejo o governo presente quando ele envia o exército para impedir uma guerra, impedir uma invasão de bandidos. O exército fica vitgiando as ruas para não acontecer nada. E quando  é que o governo vai  melhorar ? Quando o governo vai na comunidade dar um projeto de capoeira, de futebol, de cultura, de teatro ,de vários tipos de coisas. E o pessoal na comunidade com certeza vai fica alegre,e demonstrar seu esforço para cursar aquele projeto- diz Aryleison.

Ao avaliar os principais entraves para o público da comunidade enfrenta para ter melhorias nas comunidades, Arileyson avalia que é a questão das palestras. Na visão do jovem falta palestras que falem sobre a violência contra a mulher, contra o suicídio, a favor da educação e da inclusão social.

 

Por Thiago Miguel Justino

 
 
 

Comments


bottom of page