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HISTORIADOR COMPARA BARRA DA TIJUCA AO IMPÉRIO ROMANO

  • Foto do escritor: Turma Jornalismo Impresso
    Turma Jornalismo Impresso
  • 24 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de jun. de 2019

Planejado em 1969 pelo urbanista Lúcio Costa, o bairro da Barra da Tijuca se tornou um espaço excludente, com problemas de mobilidade urbana

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Vista aérea da praia da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

Para o historiador Marcos Alvito, é possível fazer um paralelo entre a Barra e o Império Romano. A criação de blocos de riqueza e prosperidade, disse ele, acontecem desde a formação da sociedade, e junto com esses oásis se formam as tribos dos excluídos.


Os condomínios da Barra tem seus muros altos, eletrificados, abrigando uma elite que fugiu da favelização da Zona Sul. Porém os pobres vão atrás de onde tem dinheiro, onde eles possam ser empregados. Então hoje as favelas que mais crescem são no Recreio e na Barra - disse Alvito.

A construção do bairro criou a migração de grandes populações pobres para o seu entorno. A mão de obra necessária para atender os moradores ricos dos condomínios fez surgir sem planejamento bairros como Rio das Pedras, Vila Autódromo, Tijuquinha, Canal do Anil, Muzema, Floresta da Barra, além da expansão da já existente Cidade de Deus.

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Comunidade de Rio das Pedras, Rio de Janeiro

Muitos especialistas concordam que o plano original desenhado por Lúcio Costa foi alterado para obedecer aos desejos das Incorporadoras Imobiliárias na época. O arquiteto Antonhy Ling explica no artigo publicado no site – Caos planejado, como a pressão da especulação imobiliária contribuiu para o desenvolvimento de ilhas de luxo e pouco acessíveis na Barra.


Incorporadoras teriam pressionado pelo aumento dos gabaritos, gerando torres mais altas. Os lançamentos também teriam sido destinados às classes médias e altas, excluindo a classe da população mais pobre - ressalta Ling.

Porém, é preciso pontuar que o projeto do urbanista para a Barra da Tijuca se assemelhava ao Plano Piloto de Brasília. Uma estrutura de bairro planejado com longas vias um incentivo ao deslocamento por transporte individual, e também áreas para mansões. Ainda assim a Barra perde em valor de metro quadrado para bairros da Zona Sul, que tem uma dinâmica de vida social mais ligada ao espirito carioca. Segundo dados do Sindicato de Habitação do Rio (SECOV), bairros como Copacabana e Botafogo tem valores e venda acima dos praticados para apartamento padrão na Barra da Tijuca.


Por Daniela Oliveira

 
 
 

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